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Reféns da Saúde

Apesar de estar escrito na nossa Constituição que saúde é direito de todos e dever do Estado, ficar doente neste país é sinônimo de pesadelo. A questão da saúde no Brasil sempre foi muito complexa, principalmente para as camadas mais pobres que dependem única e exclusivamente da rede pública. Na Constituição de 1988 quando se instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS) no país, é como se tivesse acendido uma luz no fim do túnel, já que o sistema foi criado com o princípio da universalidade, passando a idéia de que a população desassistida finalmente passaria a ter saúde de qualidade. Na prática vemos que quase 20 anos depois da criação do SUS não foi isso que aconteceu, mesmo com as significativas mudanças. Cansados de “mofar” nas filas do SUS aqueles que tinham um pouco mais de posse passaram a aderir aos planos de saúde, que no Brasil apesar de terem sido criados na década de 60 só “emplacaram” de verdade a partir 1997. Era a salvação para quem sonhava ser atendido dignamente e ter assegurado uma saúde de qualidade. Doce ilusão. A partir do momento em que os planos de saúde foram se popularizando e ficando mais acessíveis o prometido serviço personalizado e com eficácia evaporou-se. Hoje, com raras exceções, os planos de saúde não passam de um SUS privatizado. Marcar consulta é algo que só existe na teoria. Como não conseguiam cumprir o horário agendado, muitos médicos abandonaram a famosa “hora marcada” para atender os pacientes por ordem de chegada. Instalou-se o caos e novamente o pesadelo. Ter plano de saúde hoje em dia não é mais sinônimo de atendimento rápido, de qualidade e humanizado. Mesmo pagando a mensalidade rigorosamente – se não pagar não é atendido – pacientes ficam 5, 6 e até 8 horas numa ante-sala de consultório esperando atendimento. Cansados, estressados e já com uma úlcera de tanto passar raiva muitos esculhambam as secretárias que no máximo pedem desculpas e calma que logo, logo “o senhor (ou senhora) será atendido”. Reclamar com as operadoras de plano de saúde é válido? Claro sim. O problema é resolvido? Raramente, mediante dos monopólios e cartéis instalados. Diante deste caos absoluto na saúde pública e privada o jeito é rezar, fazer promessas e torcer – mas torcer mesmo – para não ter que ficar doente neste país.

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