LOGO_final

Solidariedade e gestão diferenciada melhoram situação de hospitais filantrópicos de SC

Unidades conseguem driblar dificuldades financeiras. Secretaria admite que deve cerca de R$ 33 milhões aos hospitais filantrópicos.

Convênios, gestão diferenciada e ajuda da comunidade são alguns dos métodos usados pelos hospitais filantrópicos de Santa Catarina para driblar as dificuldades financeiras. Essas foram as saídas encontradas pelo Hospital Nova Erechim, no Oeste, Hospital Regional de Biguaçu, na Grande Florianópolis e Hospital São José de Jaraguá do Sul, no Norte, como mostrou o NSC Notícias desta terça-feira (1º).

A Secretaria de Estado da Saúde diz em nota que reconhece que deve R$ 33 milhões aos hospitais filantrópicos e que está negociando com Brasília repasses adicionais para fazer esse pagamento. Porém, mas não deu um prazo de até quando espera quitar essas dívidas.

Em nota, o Ministério da Saúde diz que não repassa recursos para nenhum hospital. Mas sim, para os estados e municípios, que são os responsáveis por gerenciar e complementar a verba.

Diz ainda que a tabela SUS, na qual a União se baseia para fazer o pagamento aos hospitais, é atualizada periodicamente.

Nova Erechim
A Fundação Hospital Nova Erechim assumiu há dois ano e meio a unidade, segundo o presidente da entidade, Sérgio Antônio Ribeiro. Com dificuldades financeiras, a solução encontrada foi um convênio entre 51 municípios.

“A gente está reabrindo o centro cirúrgico, essa ala que vai fazer cirurgia dentro do consórcio Cis-Amosc [Consórcio Intermunicipal de Saúde do Oeste de Santa Catarina]. O centro cirúrgico vai desafogar essas cirurgias eletivas que estão travadas dentro desses 51 municípios e vai trazer recursos para o hospital”, afirmou o presidente da fundação.

A mesma obra que vai beneficiar os 12 mil moradores da região, levou o Hospital de Nova Erechim a fechar 2017 com uma dívida de R$ 100 mil.

“Desde que a gente assumiu até hoje, não recebeu nenhum recurso de emenda parlamentar. Agora a gente tem umas emendas que, segundo o que consta para a gente, está quase sendo liberado”, disse o presidente.

Os pacientes se animam com as melhorias. “Quanto mais aumentar, melhor fica para nós, não precisa se deslocar para fora. Porque um exame tu tens que ir para Chapecó. Dependendo o exame, consulta, especialista é Chapecó, tudo lá. Se viesse para cá, melhor”, afirmou a dona de casa Joceli Pezenatto.

Biguaçu
O Hospital Regional de Biguaçu foi aberto em 2015, mas não atende urgências e emergências. Apenas exames e cirurgias eletivas, marcadas com antecedência.

“Aqui você tem o recurso fixo pactuado, então você recebe para fazer o trabalho. É diferente da maioria dos hospitais filantrópicos que tem atendimento SUS [Sistema Único de Saúde]. Eles recebem por produção, não pactuação. Geralmente a produção do SUS fica muito aquém, o valor produzido do valor que você gasta para fazer o atendimento”, explicou o diretor do hospital, Cláudio Marmentini.

“Como nós somos um hospital de porta fechada, temos metas bem definidas e pactuadas. A gente consegue direcionar o recurso para aquilo que nós precisamos e para aquilo que foi pactuado. O hospital foi concebido para ser aberto em etapas. Hoje o que a gente conseguiu implementar: a parte de ambulatório e a parte de exames, conseguimos implementar a parte de cirurgias eletivas”, continuou o diretor.

Ainda faltam a maternidade e a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Quando estiver totalmente funcionando, Biguaçu deve ajudar a desafogar os hospitais da Grande Florianópolis.

“Do posto, eles me jogaram praa outro hospital, que demorou cinco anos e não chamaram ainda. Quando foi encaminhado para cá, foram só dois meses”, disse a paciente Gicela Machado.

Jaraguá do Sul
Na cidade do Norte catarinense, a ajuda da comunidade mudou a situação do Hospital São José. “Até 2015, os recursos vinham fluindo com mais facilidade de Brasília a Florianópolis, de Florianópolis a Jaraguá. Com a situação econômica mais precária no pais, os recursos ficaram mais exíguos e aí teve dificuldade de repasse e o hospital continuou atendendo”, resumiu o diretor-geral, Maurício José Souto-Maior.

A dívida continuou aumentando. Hoje, já passou de R$ 13 milhões. “A gente que faz parte da gestão está todo dia esticando daqui, esticando dali, tentando fazer alguns tipos de economia”, disse a coordenadora de enfermagem, Fábia Regina Schaeffer.

“Alguns avanços tecnológicos que poderiam implementar são deixados de realizar pela falta de recursos”, afirmou o diretor-técnico do hospital, Willy Hiraga.

Desde 2004, a falta de recursos é amenizada com a ajuda dos empresários da região. “Jaraguá tem uma característica bem interessante: as empresas participam efetivamente aqui da comunidade. Na área da cultura, esporte e principalmente na área da saúde. As empresas entendem que não são uma ilha, a gente vive numa comunidade. Para ter uma mão de obra qualificada, uma mão de obra motivada tem que ter uma infraestrutura para oferecer para o trabalhador, para o cidadão, para a comunidade e a saúde é muito importante”, afirmou o presidente do conselho deliberativo, Paulo César Chiodini.

Nesses 14 anos, as empresas doaram mais de R$ 33 milhões. “A estrutura do hospital é bem grande, os quartos são bons, sempre tem um ar-condicionado, tem uma visão para fora boa, não te deixa aquela sensação ruim”, disse a paciente Michele dos Santos Favin.

“Eu já tive paciente que chegou aqui e olhou para mim, para essa estrutura e disse ‘como eu vou pagar tudo isso?’. Não, teu atendimento aqui é todo pelo SUS e você não vai pagar nada”, disse a coordenadora de enfermagem.

Confira a matéria completa no site do G1:
https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/solidariedade-e-gestao-diferenciada-melhoram-situacao-de-hospitais-filantropicos-de-sc.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar

Torne-se um associado da FEHOSC

Você também pode ser um associado da Federação e usufruir das muitas vantagens e benefícios em assessoria e atuação técnica