Na manhã desta terça-feira, 8 de novembro, o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de SC, Hilário Dalmann, representando as entidades hospitalares (AHESC-FEHOESC-FEHOSC), esteve reunido com o secretário de estado da Saúde, Vicente Caropreso, para tratar sobre o repasse de recurso para o mutirão de cirurgias eletivas no estado. Também participaram da reunião, a superintendente de Planejamento e Gestão, Grace Ella Berenhauser, a secretária municipal de Saúde, Maria Regina Soar, o chefe de gabinete, Clécio Antônio Espezim, e o gerente de Controle e Avaliação, Fábio de Souza.
Dalmann trouxe à mesa de discussão, a maneira inadequada de como é feito o repasse de verba dos serviços, questionando o pacote pago pelo estado integrando consulta, e exames pré e pós-operatórios. “Prêmio é para pagar defasagem e profissional, e não para pagar consulta”. O presidente da FEHOSC reivindicou a participação nos gestores nas tomadas de decisão do estado. “Nós prestadores, temos que ser ouvidos, pois cabe a nós prestar os serviços à população. Sabemos melhor que ninguém, o que precisa ser feito para melhorar o setor”.
Caropreso justifica a decisão pela forma adotada para o pagamento dos custos. “A forma adotada hoje, é a mais correta. Se a forma de pagamento fosse realizada por AIH, a fila não seria respeitada, pois alguns casos poderiam ser priorizados, o que não é certo, pois isso dependeria do paciente e prestador. Nós estamos lidando com regras, e para facilitar a vida do cidadão, demos prioridade ao pacote de exames e cirurgia”.
O impasse está no processo burocrático de liberação do procedimento para a realização de cirurgias. O paciente é liberado para fazer exames pré-operatórios, quando chega no momento da autorização, surge o problema, pois muitos pacientes não são liberados por falta de exames ou por falta de condições físicas. Nesses casos, o próximo paciente é chamado. As centrais regionais só autorizam quando o paciente está internado para operar, com todas as condições necessárias.
O estado possui pouco mais de 8 milhões de reais para serem destinados à cirurgias eletivas até o fim do ano. Para a resolução das questões, foi proposta uma mudança na forma de liberação das cirurgias. A partir do momento em que o cidadão estiver pronto, será liberada a AIH, sem a necessidade de termo regulamentador. Cada município terá sua cota de procedimentos. Passando da cota, deve-se encaminhar uma solicitação à SES, para a liberação do extra teto. O município terá sua cota macro liberada, e caberá a ele correr atrás do prestador para realizar o serviço, respeitando a determinada fila. O termo de adesão será isentado. A proposta é que os hospitais que realizarem as cirurgias neste mês, receberão por acordo, 70% da verba em dezembro, e 30% em janeiro do próximo ano, após a apresentação da produção.
Para a grande demanda de cirurgias oftalmológicas, a proposta do secretário é a de levantar os hospitais capacitados que se interessam pela realização das operações, para sim, destinar a verba necessária a essas unidades.
Na próxima sexta-feira (10), uma reunião com os gestores dos hospitais de Mafra Timbó, Nova Trento, Içara, Santo Amaro, Caçador, Campo Alegre, Penha, Joinville e Blumenau, foi marcada para que seja feito o levantamento das reais vocações e estrutura das instituições de saúde existentes para a realização mensal de cirurgias oftalmológicas.
O hospital Hospital Bethesda, através de seu diretor, Hilário Dalmann, se comprometeu a realizar 600 cirurgias/mês, com sua própria equipe, duplicando sua produção atual.
O presidente da FEHOSC agendará um encontro com representantes de hospitais do estado, para listar os interessados em participar do mutirão.